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Mostrando postagens de 2014

Cinema, cinema e cinema!

Mais um ano está chegando ao fim - mas sempre é tempo de ir ao cinema! - e passo aqui para recomendar 3 ótimos filmes que estão em cartaz. :-) Começo pelo argentino Relatos Selvagens ( Relatos Salvajes ), direção e roteiro de Damián Szifron, com Ricardo Darín e grande elenco. Fantástico! São vários episódios falando da nossa falta de cordialidade diária, mas com os protagonistas chegando às vias de fato! (O filme é bem catártico.rs), possui um humor ácido, aquela violência trash de Tarantino, um ritmo bom entre os episódios e nos faz refletir sobre intolerância, falta de respeito, arrogância, injustiça social etc. Assista! Outra excelente opção é o Uma Longa Viagem ( The Railway Man ) - direção de Jonathan Teplitzky - por contar uma história real de guerra e por nos lembrar o quão cruel e destrutiva é uma guerra...  e para vermos Nicole Kidman e Colin Firth em cena, claro. O filme é baseado na autobiografia The Railway Man , de Eric Lomax, e conta a história de um intérpre

A Contadora de Filmes

O pequeno livro "A Contadora de Filmes" (La Contadora de Películas), do chileno Hernán Rivera Letelier, é uma graça. Eu gostei da história que fala de uma família, cujo núcleo é o cinema e a contação de histórias, pode-se dizer. A mãe abandonou o marido e os filhos, o pai sofreu um acidente e ficou paralítico, as crianças ficam pra lá e pra cá nesse povoado do deserto de Atacama. E através dos capítulos, da sutileza das entrelinhas, vamos vivendo a magia do cinema - me lembrei de Cinema Paradiso! -, o surgimento da televisão e o impacto que essas mudanças trouxeram para essa comunidade. Ao tempo em que acompanhamos a vida dessa família desestruturada e sem nenhuma perspectiva, onde a filha caçula, a narradora Maria Margarita ou Fada Docine, refaz o caminho da mãe, tornando-se amante de um homem muitos anos mais velho, única alternativa de sobrevivência. Ambas flertam com o mágico, o Belo, talvez um contraponto na dureza dos dias. E como pano de fundo, presenciamos

José e Pilar

Fazer aniversário é uma delícia e por vários motivos, um deles é curtir os mimos - presentes, beijos, abraços, cartões, SMS, whatsapp, face -, e eu estou adorando os livros novos! ;-) Recomendo a todos o " Conversas inéditas: José e Pilar ", entrevistas feitas pelo documentarista Miguel Gonçalves Mendes com José Saramago e Pilar del Rio, pela Companhia das Letras. Por que ler? Para ouvir duas pessoas interessantes, com experiências de vida ricas, falando sobre diversos temas, com leveza e profundidade. Eles são inspiradores! Confesso que a condução do documentarista poderia ser melhor, a escolha dos temas a serem discutidos, sua abordagem. Por vezes, suas perguntas são cansativas, insistentes, mas Saramago e Pilar conseguem dar respostas maravilhosas, abrindo o tema, ampliando a perspectiva do questionamento.   "A generosidade é uma senhora que se vê pouco." "Enquanto vivemos fizemos aquilo que tivemos vontade de fazer, que nos pareceu mais in

Words and Pictures

Filme novo da diva! Qual delas? Juliette Binoche. :-) O filme americano chama-se Words and Pictures (traduzido como Por Falar de Amor ). Direção do australiano Fred Schepisi (de Roxanne). Binoche contracena com o inglês Clive Owen (de Closer). Ela faz uma professora de Artes e artista plástica que quase não consegue mais pintar, em função de uma artrose; ele é professor de Língua Inglesa, tem problemas com álcool e é um escritor frustrado. Há uma disputa entre ambos, envolvendo também os alunos, sobre o que é mais importante: a palavra, a Literatura ou a imagem, as Artes Plásticas? O filme não tem nada demais... é "sessão da tarde", romance levinho, mas agradável. E, sempre, sempre, vale a pena assistir a diva representando, não é verdade? Maravilhosa! A página do filme é essa: http://wordsandpicturesthemovie.com/ . Veja o trailer aqui, legendas em inglês:

El Milagro de Candeal

Trecho do documentário El Milagro de Candeal, de Fernando Trueba. Carlinhos Brown, Marisa Monte e Bebo Valdés: lindo momento, linda canção de Brown. Músico Eu me recuso Eu me acuso Não quero o fim Sou mais feliz Se tem você perto de mim No sol açoite Quis ser a noite Pra ser seu bem Veja você que até sonhei Com esse horário Eu sou um músico Eu sou acústico Eu sei do tom Foi Deus quem deu Quem deu foi Deus Pois Deus é bom Quis ser o mar Não sei ser mar Quis ser o mar Mas para ser mar Sem ter você É ter saudade Caminhos como esse Violão lidera Levo você a tiracolo Livre das guerras Viva essa terra Que me lançou Em pleno carnaval Do teu amor

Uma Vida Comum

Uma Vida Comum , no original Still Life , é uma co-produção Reino Unido e Itália. A direção é de Uberto Pasolini. O filme é maravilhoso. Ritmo lento, fotografia esmaecida, a estória se passa no Reino Unido e fala de um funcionário público, cujo trabalho é encontrar parentes/amigos de pessoas que morreram sozinhas. A ideia é descobrir possíveis familiares e convidá-los para o funeral, de modo que o morto seja prestigiado em seu último rito. Acontece que, quase sempre, John May (Eddie Marsan) não tem sucesso em sua busca e ele mesmo providencia os funerais e escreve os obituários, a partir dos pertences dos falecidos. Até que ele é chamado para desvendar a morte do seu vizinho - que ele, obviamente, não conhecia -, pois também é uma pessoa extremamente solitária. Enquanto investiga esse caso, John May é demitido, por corte orçamentário. Afinal, ninguém se importa com os mortos, já estão mortos, não é mesmo? É só jogar fora as cinzas e pronto. E é, justamente, esse último cas

Enquanto você dorme

Enquanto você dorme ( Mientras duermes ), filme espanhol, dirigido por Jaume Balagueró, é um filme de suspense/terror emocional. O personagem principal, César (Luis Tosar), é um sujeito que não consegue sentir-se feliz, mais do que isso, a alegria alheia o incomoda, principalmente a de Clara, personagem interpretada por Marta Etura. César não tem empatia, por traz de modos simpáticos e aparentemente agradáveis, ele consegue enganar a (quase) todos, mas é capaz de qualquer ato para machucar, para destruir o sorriso do outro. É um personagem não muito interessante por ser apenas ruim, não há a complexidade humana, não há dilemas nem constrangimentos éticos, então não conseguimos nos identificar. As borboletas não voam no final... então, veja se você é do tipo que aguenta um final infeliz.

Rubem Alves e o saber ouvir

Hoje o mundo fica menos iluminado... (aliás, esse ano tá duro, hein? Vilaró, Paco de Lucía, Garcia Márquez, Jair Rodrigues, Eduardo Coutinho, João Ubaldo...) o Brasil perde um grande pensador. O mestre Rubem Alves não está mais entre nós para nos provocar, encantar, sensibilizar, ensinar. E sempre com simplicidade, sem "hermetismos" ou vaidades, falava com amor. Incrível como, mesmo sem conhecê-lo pessoalmente, sinto-me próxima a ele. Vai em paz, professor de espantos! Sobre o ouvir O ato de ouvir exige humildade de quem ouve. E a humildade está nisso: saber, não com a cabeça mas com o coração, que é possível que o outro veja mundos que nós não vemos. Mas isso, admitir que o outro vê coisas que nós não vemos, implica reconhecer que somos meio cegos... Vemos pouco, vemos torto, vemos errado. Bernardo Soares diz que aquilo que vemos é aquilo que somos. Assim, para sair do círculo fechado de nós mesmos, em que só vemos nosso próprio rosto refletido nas coisa

Mil vezes boa noite

Mil vezes boa noite , no original Tusen ganger god natt , direção do norueguês Erik Poppe (o mesmo de Águas Turvas), é um filmaço! Juliette Binoche interpreta Rebecca, fotógrafa profissional, cuja especialidade são as guerras. Através de suas lentes, ela busca contar histórias, levar ao mundo personagens esquecidos e, dessa maneira, minimizar os conflitos, jogar luz no que está sendo ignorado, denunciar para transformar. E ninguém melhor que Juliette Binoche, a diva, para o papel! Fantástica. Acontece que Rebecca é casada e tem 2 filhas. Há, então, o conflito entre fazer aquilo que se acredita e pagar o preço devido. A fotografia do filme e a atuação de Binoche são o ponto alto. Imperdível!

Entre nós

Vi um filme brasileiro - Entre nós (direção de Paulo Morelli) - com uma ideia interessante, embora não original, amigos que escrevem cartas, as enterram e se encontram 10 anos depois para relê-las e falar da vida. Há, também, um acontecimento marcante, também nada novo, um deles sofre um acidente, morre e tem seu livro roubado por um dos amigos que o lança como se fosse seu. Poderia ter personagens fortes, com histórias interessantes, mas achei raso, superficial... Bem, de qualquer forma, a música do grupo é linda e por isso gerou esse registro. ;-) Na asa do vento (João do Vale) Deu meia noite, a lua abre um claro Eu assubo nos aro, vou brincar no vento leste A aranha tece puxando o fio da teia A ciência da abeia, da aranha e a minha Muita gente desconhece Muita gente desconhece, olará, viu? Muita gente desconhece Muita gente desconhece, olará, tá? Muita gente desconhece A lua é clara, o sol tem rastro vermelho É o mar um grande espelho onde os dois vão s

Le week-end

Está com vontade de ver um filme leve e interessante? Então, veja Le week-end . O filme conta a história de um casal de meia idade, professores, ingleses, que decidem voltar a Paris, local onde viveram sua lua de mel, em seu aniversário de 30 anos de casamento. Eles vão rever suas histórias de vida, escolhas, a própria relação. Vale o seu tempo! A direção é de Roger Michell, o mesmo de Um lugar chamado Nothing Hill . O casal Nick e Meg é interpretado por Jim Broadbent e Lindsay Duncan.

Ayrton Senna

Parece que foi ontem... as manhãs de domingo não foram mais as mesmas. Como era bom ver Senna correr - em dias de chuva, então! - e ganhar e ouvir aquela música "pan-pan-pan" e o nosso hino. Dava uma alegria, um orgulho! É isso aí, Ayrton Senna do Brasil.

Muitas tristezas e alguns acalantos

São tantas notícias ruins e impactantes, de pais matando seus filhos, justiceiros amarrando pessoas em postes, a sede de vingança da população que quer diminuir a maioridade penal para 12 anos (???), pobres negros sendo assassinados diariamente e essa onda de que "todos somos iguais", embora não sejamos nem um pouco empáticos. A verdade é que somos uma sociedade corrupta, racista, homofóbica, cruel com os animais, o meio ambiente, os idosos e as crianças. Afinal, criminalizar meninos a partir de 12 anos é respeitar a criança? Quebrar a mandíbula de um gatinho indefeso com um chute é respeitar os animais? Quebrar uma lâmpada na cara de dois meninos apenas pelo fato deles estarem se beijando é respeitar a diferença?  Arrastar um carro com uma pessoa pendurada até a morte é #sermostodosmacacos? Me façam uma garapa! Pouca farinha meu pirão primeiro (e o pior, ou melhor, é que a farinha não é pouca não!), é proporcional à nossa ganância e ao nosso egoísmo de cada dia. Poi

Ennio Morricone - "Love Theme" from "Cinema Paradiso" / Alexandra Hobly

Quem disse que Deus não existe? Essa música é a pura manifestação do divino...

Hoje eu (não) quero voltar sozinho

O longa brasileiro Hoje eu quero voltar sozinho , premiado no Festival de Berlim, é uma graça de filme! Direção de Daniel Ribeiro. Os atores principais são o Guilherme Lobo, que interpreta Leonardo (não, ele não é cego de verdade!), a Tess Amorim, a Giovana, melhor amiga de Leonardo, e o Fabio Audi, que faz Gabriel, o menino dos cachinhos. Veja essa entrevista curtinha com os meninos: Esse delicado filme nos conta sobre as descobertas da adolescência, o primeiro amor, o primeiro beijo (Acredito que o primeiro beijo sempre - e em qualquer tempo - irá causar frio na barriga e alguma taquicardia...rs). Acontece que a estória se passa em um contexto especial, o protagonista é um rapaz cego de nascimento. O filme, então, pincela a questão da inclusão, como é estar inserido em uma sociedade voltada para os que enxergam, a relação com os pais e colegas de escola. Na minha opinião, no entanto, o mérito maior da película é abordar com sutileza - cenas delicadas, trilha sonora

Glória

  Gloria de Umberto Tozzi O filme chileno de Sebastián Lelio me fez refletir sobre o estar consigo e isso ser mais significativo que qualquer outra coisa. Glória (Paulina García) nos fala de uma mulher comum, entre os seus 50 e 60 anos, divorciada, independente, que trabalha e tem 2 filhos já crescidos que vivem suas vidas. É avó. Sem muitos amigos. É habituada a cuidar de si. Descobre um glaucoma e, sem mi-mi-mi, usa com disciplina seu colírio diário. É daquelas pessoas que dirige cantando, sente-se triste às vezes, como qualquer mortal, e frequenta bailes de meia idade para dançar e, eventualmente, paquerar. Detalhe: vai sozinha, acompanhada, tão somente, do seu batom vermelho. Numa dessas noites, conhece alguém. Apaixona-se. Mas nada de submissão. Glória cede, entrega-se, mas não se desrespeita pelo outro. É uma mulher e tanto. Confira! ;-)

Uma viagem extraordinária

"The Young and Prodigious T.S. Spivet" , direção de Jean-Pierre Jeunet, mesmo diretor do Fabuloso Destino de Amélie Poulain, traduzido como "Uma viagem extraordinária". O filme baseia-se no livro de Reif Larsen, The Selected Works of T.S. Spivet . Filme delicado e encantador. Com sensibilidade e realismo mágico, a estória fala de família, de luto, de infância, a partir do olhar de uma criança de 10 anos . Dois irmãos gêmeos. Um parecido com a mãe e o outro com o pai. Um acidente-brincadeira. A morte de um filho, de um irmão, do melhor amigo de tapioca, o cachorro. Como essa família elaborou a perda? É a família de T.S. (Kyle Catlett), mas poderia ser qualquer uma, afinal, diferenças, complexos, competições, dificuldades e união, apesar de todas as esquisitices, é o que compõe uma família. "Desconfie da mediocridade, ela é o mofo da mente", frase da Dra Clair (Helena Bonham Carter), mãe de T.S.

Meus desacontecimentos: a história da minha vida com as palavras

Acompanho as colunas da escritora jornalista Eliane Brum e fico encantada como ela consegue dizer o meu não-dito. Ela fala de questões do dia-a-dia, como a diminuição da maioridade penal ou sobre a cibercultura, comenta sobre documentários ( leia aqui sua crítica sobre o documentário Elena ), ao mesmo tempo em que aborda temas delicados e íntimos, como o envelhecer e a homossexualidade. Ela é brilhante! Nunca tinha lido nenhum dos seus livros, então, charlando outro dia na Cultura, resolvi comprar seu lançamento: Meus desacontecimentos: a história da minha vida com as palavras . É autobiográfico. Ao percorrer as páginas, vamos acessando recantos, mistérios da autora. De forma delicada, Eliane Brum vai se mostrando, compartilhando conosco da sua infância e de como essas primeiras histórias a transformaram em quem ela é hoje, ou melhor, como nossas histórias vão nos tecendo dia a dia, indefinidamente. "Só Lili sabia que os livros não eram objetos, mas portais. Quando e

Pequeno Cidadão - O Sol e a Lua

Acho essa música tão bonitinha... Música: Antonio Pinto / Taciana Barros Clipe: Adams Carvalho (Direção e Realização) O Sol pediu a Lua em casamento disse que já a amava há muito tempo Desde a época dos dinossauros, pterodátilos, tiranossauros.. Quando nem existia a bicicleta nem o velotrol nem a motocicleta Mas a lua achou aquilo tão estranho, uma bola quente que nem toma banho Imagine só ___ tenha dó Pois meu coração nao pertece a ninguém Só a inspirações de todos os casais, dos grandes poetas aos mais normais Sai pra la rapaz! O Sol pediu a Lua em casamento, E a Lua, disse: Não sei, não sei, não sei Me dá um tempo. E 24 horas depois o Sol nasceu a Lua se pôs e.. O Sol pediu a Lua em casamento, E a Lua, disse: Não sei, não sei, não sei Me dá um tempo. O Sol congelou seu coração Mas o astro rei Com todos os seus planetas, Cometas, asteroides, Terra, Marte, Vênus, Netúnos e Urânos Foi se apaixonar justo por ela, Que o despresa e o

HER

Estou encantada com o filme americano Her (Ela), de Spike Jonze, diretor de "Quero ser John Malkovich" e "Adaptação". A sinopse oficial é essa: " Em um futuro não muito distante, o escritor solitário Theodore ( Joaquin Phoenix ) compra um novo sistema operacional desenhado para atender todas as suas necessidades. Para surpresa de Theodore, começa a se desenvolver uma relação romântica entre ele e o sistema operacional. Essa história de amor não convencional mistura ficção científica e romance em um doce conto que explora a natureza do amor e as formas como a tecnologia nos isola e nos conecta ". São muitas as questões após o filme... para onde caminhamos como seres inter-agentes? Como estamos nos comunicando? Que tipo de relações estamos construindo? O que nos distingue das máquinas com as quais nos "relacionamos" em tempos "cyber"? Theodore (Joaquin Phoenix) escreve cartas a mão para pessoas com dificuldade de e

La Demora

 Vi um filme tocante e gostaria de recomendá-lo, chama-se La Demora , no original, traduzido como A Demora. O filme é uruguaio, direção de Rodrigo Plá, texto de Laura Santullo. O tema é a velhice a partir da relação entre um pai e sua  filha. Uma filha, Maria (Roxana Blanco) - pobre, mãe solteira de 3 crianças, dá duro em uma fábrica durante o dia e ainda costura para complementar a renda -; seu pai, Agustin (Carlos Vallarino), já idoso, perdendo a memória, totalmente dependente de Maria, na verdade, mais "uma criança" para ser cuidada. Como é duro envelhecer e tornar-se totalmente vulnerável. Por outro lado, também não é fácil o cuidar de um idoso, quando não se tem muitos recursos, nem materiais nem emocionais. A verdade é que não nos preparamos para a velhice, para o deterioramento físico e mental, o esquecimento social, o abandono familiar dos filhos e netos (quem os têm), a morte dos amigos. O filme nos traz uma situação extrema e nos convida a olhar sem julgament