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Mostrando postagens de abril, 2013

A Arte de Perder - Elizabeth Bishop

  UMA ARTE / A arte de perder – até um traste aprende; e há tanta coisa que pretende a perda, que perder não é desastre. Perca todos os dias algo. Afaste a dor de ter perdido a chave, o tempo. Ora, perder aprende até um traste. A prática da perda então se alastre por nomes e lugares, e onde pense viajar. Que nada irá trazer desastre. Perdi o relógio da mamãe; não baste, das casas, a que mais me fez contente. Ora, perder aprende até um traste. Perdi duas cidades. E, em contraste, dois rios, um domínio e continente. Sinto saudades. Mas não foi desastre. – Mesmo perder você (a voz, o gesto que eu amo), tanto faz. Que até um traste aprende a arte de perder, se bem que se pareça (escreva!) com desastre.