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Mostrando postagens de 2012

Soneto do Vinho

Soneto do Vinho Em que reino, em que século, sob que silenciosa Conjunção dos astros, em que dia secreto Que o mármore não salvou, surgiu a valorosa E singular idéia de inventar a alegria? Com outonos de ouro a inventaram. O vinho flui rubro ao longo das gerações Como o rio do tempo e no árduo caminho Nos invada sua música, seu fogo e seus leões. Na noite do júbilo ou na jornada adversa Exalta a alegria ou mitiga o espanto E a exaltação nova que este dia lhe canto Outrora a cantaram o árabe e o persa. Vinho, ensina-me a arte de ver minha própria história Como se esta já fora cinza na memória. Jorge Luis Borges

The long and winding road

Sei que hoje é o dia do samba, 02 de dezembro!, e a-do-ro samba, mas meu espírito está mais para Beatles, fazer o quê? ;-)

(500) Days of Summer

"(500) Dias com Ela" . Tenho esse filme há tempos, mas, não sei, nunca me animei para ver – e olha que adoro comédia romântica! -, talvez por ser americano... preconceito?   Aí estava em um café outro dia, lendo uma   matéria na revista Vida Simples que falava sobre como se “desapaixonar”. Interessante. É bom ler de um profissional que aquelas velhas crenças, tipo manter distância do seu objeto de desejo ou de que o período de luto está aí para todos, têm fundamento científico. Então, na matéria, havia uma chamada para o filme, falando justamente que se tratava de uma comédia romântica enviesada. Como nos diz o narrador da estória, “essa não é uma história de amor”.   Na verdade, fala de uma relação que, como tantas, acaba...   com um dos dois ainda querendo. (Claro! Nada de desistência simultânea! :-)) E como se dá o processo de (des)encantamento.  A direção é de Marc Webb , o mesmo de “O Espetacular Homem-Aranha”, americano.   Os protagonistas são Jose

Tudo que você tem não é seu

Já disse outras vezes que a Arte tem a capacidade de me transmutar... e não me cansarei de sentir e tentar verbalizar essa verdade. Se algo te aflige, pára de pensar, ouve uma música, contempla um quadro de Van Gogh, vai ao teatro, você verá que aquilo que roia seu juízo já não faz tanto barulho... Pop Zen Tudo que você tem não é seu Tudo que você guardar Não lhe pertence nem nunca lhe pertencerá Tudo que você tem não é seu Tudo que você guardar Pertence ao tempo que tudo transformará Só é seu aquilo que você dá Só é seu aquilo que você dá Tudo aquilo que você não percebeu Tudo que não quis olhar É como o tempo que você deixou passar Tudo aquilo que você escondeu Tudo que não quis mostrar Deixe que o tempo com tempo vai revelar Só é seu aquilo que você dá Só é seu aquilo que você dá E o beijo que você deu é seu E o beijo que você deu é seu (Alexandre Leão, Manuca Almeida e Lalado) Disponível em:  Letra e vídeo de POP ZEN

O Amor - Maiakóvski

O ser humano, em alguns momentos de inspiração, demonstra ser realmente divino... esse poema de Maiakóvski, adaptado por Caetano Veloso e lindamente cantado por Gal Costa é... lindo demais! Sim, que "o pai seja, pelo menos, o Universo; e a mãe, no mínimo, a Terra"! O Amor Maiakóvski Um dia, quem sabe, ela, que também gostava de bichos, apareça numa alameda do zôo, sorridente, tal como agora está no retrato sobre a mesa. Ela é tão bela, que, por certo, hão de ressuscitá-la. Vosso Trigésimo Século ultrapassará o exame de mil nadas, que dilaceravam o coração. Então,de todo amor não terminado seremos pagos em inumeráveis noites de estrelas. Ressuscita-me, nem que seja só porque te esperava como um poeta, repelindo o absurdo quotidiano! Ressuscita-me, nem que seja só por isso! Ressuscita-me! Quero viver até o fim o que me cabe! Para que o amor não seja mais escravo de casamentos, concupiscência, salários. P

O Exótico Hotel Marigold

O filme inglês O Exótico Hotel Marigold , no original, The Best Exotic Marigold Hotel , é excelente. A direção é de John Madden, com Judi Dench e Maggie Smith - ótimas! - e Tom Wikinson e Bill Nighy. Um grupo de aposentados ingleses - o sotaque do filme é um charme! -, por motivos diversos, resolve ir à Índia, em atenção a um anúncio de um hotel voltado para idosos, em busca talvez de significado, de preenchimento para suas dores, seus vazios. A estória fala do envelhecer e da possibilidade de (re)começos e também de fechamentos. A fotografia é super bonita, profusão de cores e luz. O filme é refrescante! Assista! :-) Vale o seu tempo. Confira o trailer:

Geraldinos e Arquibaldos

Sempre falo que a Arte encanta, transcende, sacode as nossas convicções, torna os dias mais leves e interessantes. A música, por exemplo, tem o poder de nos emocionar instantaneamente! Uma melodia nos atravessa... faz rir ou chorar ou dançar, somos afetados. " Geraldinos e Arquibaldos " é uma dessas canções poderosas - de Gonzaguinha não podia ser diferente! - que sacodem a alma e agitam o corpo. Na interpretação da banda Chicas ganhou vida nova: E olha que interessante a história da música: " geraldinos e arquibaldos é uma expressão de fácil entendimento para aqueles que freqüentaram o Maracanã até a sua reforma no ano de 2005. A clássica separação entre arquibancada e geral era um dos charmes daquele que desde o início de sua existência possui a alcunha de “maior do mundo”. Muito anterior ao surgimento da coluna no Jornal dos Sports, a denominação “geraldinos e arquibaldos” nasceu em meio a tantos pensamentos geniais de Nelson Rodrigues. Considerando

Para Sempre: O Voto

Para os que gostam de comédia romântica, recomendo o filme americano "Para sempre" , The Vow (O Voto), no original. Direção de Michael Sucsy, com a canadense Rachel McAdams (ótima!) e o ator americano Channing Tatum. A estória baseia-se no relato real de Kim e Krickitt Carpenter, cujas vidas mudam de rumo inesperadamente quando um acidente de carro deixa Krickitt apenas com a memória remota, fazendo-a esquecer dos últimos anos de sua vida, inclusive do marido Kim. Se somos a soma dos momentos que vivemos e das pessoas que passaram por nossos dias, então como será, de repente, acordar e não lembrar dos últimos 5 anos? E para os que lembram, como é "perder" quem se ama? O filme emociona, nos faz sentir a angústia de um marido sendo tratado como um estranho, tentando reconquistar a própria esposa.. . "Eu me comprometo a ajudá-lo a amar a vida, a sempre abraçá-lo com ternura e ter a paciência que o amor exige. Para falar quando palavras forem

As Testemunhas, Elles e Para Poucos

Cinema é sempre bom, até mesmo quando não é tão bom... :-) na minha opinião, foi o caso do filme francês "As Testemunhas" , no original Les Témoins , direção de André Téchiné. Década de 80, surgimento da AIDS no mundo, aquela ideia do jovem cheio de vida que é "punido", de certa forma, por meio da doença. Não surpreende. Por outro lado, traz uma mãe escritora - Emmanuelle Béart - recém parida, que tem um casamento com regras de fidelidade menos convencionais e uma relação com a maternidade também não usual, pelo menos não comumente admitida. Vi também "Elles" , co-produção da Alemanha, França e Polônia, direção da polonesa Malgorzata Szumowska, com a diva Juliette Binoche no papel principal. Bem, sou fã, logo suspeita... ;-), mas ela está maravilhosa atuando como Anne, jornalista/mãe/esposa/mulher. Para escrever uma matéria para a revista Elle, Anne se aproxima de duas meninas estudantes universitárias - Anaïs Demoustier e Joana Kulig -, busc

Filmes ótimos! "Até a eternidade" e "O dia em que eu não nasci"

Vi dois filmes ótimos! “Até a eternidade”, filme francês, título original “ Les Petits Mouchoirs” (pequenas mentiras), dirigido por Guillaume Canet. O elenco é maravilhoso, destaco especialmente Marion Cotillard (de Piaf – Um hino ao amor, Meia-noite em Paris, A origem), a estória é envolvente, embora o filme seja longo – 2 horas e meia de duração -, fala das relações de um grupo de amigos, de seus dilemas. Emociona talvez pelos personagens serem verdadeiros, convincentes, por mostrarem-se falhos, mentirosos, egoístas, mas também amorosos, generosos. Outro filme excelente é “O dia em que eu não nasci”, co-produção Alemanha e Argentina, título original “Das Lied in Mir” (a canção em mim), direção de Florian Micoud Cossen. Traz como pano de fundo o período da ditatura em Buenos Aires e aborda o dilema das crianças órfãs, cujos pais desapareceram durante o Regime militar. O filme é delicado, impactante, revira os nossos (pre)conceitos sobre família e o que é certo ou er

Para Roma, com amor

Há artistas que eu tenho que ver! São inspiradores, incomodam, encantam, nos sacodem a alma... Lars Von Trier, Almodovar, Tarantino e, claro, Woody Allen, são alguns exemplos.  Fui ver seu novo filme – “ Para Roma, com amor ” – e, como sempre, o “algo mais” me conquistou. Não é um filme fantástico como “Meia-noite em Paris”, mas vale a pena ser visto! A estória acontece em Roma e a fotografia está linda, se você já esteve nessa cidade, certamente sentirá seu coração morninho com o calor gostoso da recordação. São 3 histórias paralelas. Vários temas são tangenciados: A crítica bem-humorada sobre as pseudo celebridades e a mídia; a brincadeira com os estereótipos e a descontrução da mocinha-santa e do rapaz-interiorano-virgem; a sedução do novo, em oposição à tranquilidade das relações seguras; o “ganhar dinheiro” x idealismo... Enfim, um pouco de nonsense, uma pitada de realismo fantástico, diálogos interessantes, um conjunto de atores bacanas e um olhar incomum sobre as coi

Trair ou não trair...

Vi um filme interessante esses dias: "Apenas uma noite", Last Night , no original. A temática gira em torno de relacionamento, crise, tentações, traição. A direção é da iraniana Massy Tadjedin e os protagonistas são Keira Knightley (a mesma de "Um método perigoso"), Sam Worthington, o francês Guillaume Canet (aquele simpático de "Enfim, juntos"!) e Eva Mendes. Embora o tema "traição" não seja aprofundado e o filme tenha me deixado com uma sensação de superficial, gostei das questões levantadas e de como o dilema emocional entre Joana (Keira Knightley) e Alex (Guillaume Canet) foi conduzido. Um amor mal resolvido do passado retorna, a relação atual está gerando desconforto, há o encantamento pela promessa do novo... natural. Os atores estão bem. Por outro lado, é mostrada a tentação do sexo apenas... para ambos os lados, feminino e masculino. Não houve química entre a outra dupla de atores, não sei, a estória não te conquista

Pina Bausch

O documentário de Win Wenders sobre/para a bailarina e coreógrafa alemã Pina Bausch é tocante. A criatividade do diretor de Paris, Texas , Asas do Desejo e do maravilhoso documentário Buena Vista Social Club traduz a profundidade e delicadeza do olhar perscrutador de Pina sobre as emoções humanas. O resultado é um filme para ser contemplado, sorvido com a alma, não compreendido com a razão. Wenders, Pina e os bailarinos da companhia Tanztheater Wuppertal Pina Bausch trabalharam intensamente por 6 meses. Pina selecionou para o documentário em 3D as obras "Café Müller", "Le Sacre du Printemps", "Vollmond" e "Kontakthof".  O ensaio para a filmagem foi finalmente marcado. Eis que, sem nenhum aviso, Pina vem a falecer a dois dias do ensaio geral. Era o dia 30 de junho de 2009. "Não me interesso em como as pessoas se movem, mas o que as move" Pina Bausch Após reflexões, insistência e um período de luto óbvio, Win Wend

Monique Kessous & Paulinho Moska

Não sei se você tem essa mesma impressão que eu, mas me parece que há mais vozes femininas novas, interessantes, do que masculinas. Estou enganada? Rapidamente lembro de Marisa Monte, Adriana Calcanhotto, Zelia Duncan, Ana Carolina, Vanessa da Mata... a grande Cássia Eller, óbvio. Das mais recentes, tem Roberta Sá, Tiê, Bruna Caram, Tulipa Ruiz, Roberta Campos, Cibelle, Mallu Magalhães e essa menina Monique Kessous, maravilhosa! Compartilho o vídeo de "pensando em você" dela e Paulinho Moska. Show! :-)

Medianeras - Buenos Aires na era do Amor Virtual

Mais um excelente filme dos hermanos! A direção e o roteiro são de Gustavo Taretto. O filme aborda, de forma lúdica, os conflitos da “cidade grande” e da modernidade líquida. Os personagens principais são Mariana (Pilar López de Ayala), Martín (Javier Drolas) e a cidade de Buenos Aires, com sua geografia e ritmos próprios. O tema é o (des)encontro, a solidão, a virtualidade, o sentir-se só, mesmo cercado de tantos outros. A comunicação em uma sociedade onde a informação é abundante e de fácil acesso. A Internet coloca diferentes pessoas de diferentes lugares em contato, ainda que em tempos diversos. Há salas de bate papo, redes sociais, smartphones, e-mail, mensagem de texto. As relações encontraram um novo meio de se concretizarem – virtual. Como estamos lidando com isso? O que escolhemos fazer com as tecnologias da informação e da comunicação? Quando mais é menos? "Onde está Wally?" Estamos conectados com o mundo, mas será que estamos conectados conosco? “Lo m

Toda Forma de Amor

Vi coisas interessantes ultimamente, "As mulheres do 6º Andar" e a versão americana do filme sueco "Os Homens que não amavam as mulheres" são ótimos! Mas, quero falar sobre "Toda forma de amor" , Beginners , no original. O filme é uma comédia romântica americana, mas foge do lugar comum. O diretor Mike Mills é também designer , responsável pelas ilustrações do personagem de Ewan McGregor, Oliver. (Ele está excelente!) O filme conta a história autobiográfica de Mike Mills, cujo pai se assume gay com mais de 70 anos. Acontece que, mesmo cheio de vida e vontade de fazer acontecer, Hal, personagem de Christopher Plummer, é diagnosticado com um câncer. Com leveza e simplicidade, vamos acompanhando a relação de pai e filho, o contato com a morte, o enamoramento de Oliver e Anna, personagem de Mélanie Laurent (a mesma de Bastardos Inglórios, lembra?) e as dificuldades para lidar com os sentimentos e se entregar, não importando a idade, a um novo amo

Cinema Brasileiro

Não sei por que continuo olhando os filmes brasileiros de canto de olho... Preconceito! Surpreendo-me positivamente a todo instante! Esses dias vi Capitães da Areia , uma ótima adaptação - dirigida por Cecília Amado - do romance homônimo de Jorge Amado. Cenas belíssimas da Bahia, sem excessos. De um jeito diferente, a neta do escritor conseguiu manter o ar brejeiro e não-maniqueísta daqueles meninos marginais, senhores impotentes do próprio destino. Dá uma olhada no site: http://www.capitaesdaareia.com.br/ . Hoje, aproveitando a greve da PM na Bahia, vi O Homem do Futuro , uma delícia de filme! A-do-rei! Assentou perfeitamente em minha alma carente de notícias alegres, leves, singelas... A direção e o roteiro são de Cláudio Torres, (filho dos Fernandos Torres. Só uma curiosidade!rs), também diretor de A Mulher Invisível . Você já viu filme de ficção científica brasileiro? Nem eu. E uma comédia romântica misturada com ficção científica com uma pitada de realismo fantást

O Último Dançarino de Mao

Mesmo com o clima de vulnerabilidade na cidade, resolvi ir ao cinema e, olha só, não me arrependi!   O Último Dançarino de Mao , no original Mao´s Last Dancer, é um bom filme. A direção é do australiano Bruce Beresford, o mesmo de Conduzindo Miss Daisy e Shine – Brilhante . A película baseia-se no romance autobiográfico de Li Cunxin, dançarino chinês, intitulado Adeus China: O Último Bailarino de Mao.   Acontece principalmente na década de 80, na China comunista e nos Estados Unidos de Ronald Reagan. A parábola do arqueiro perpassa toda a história. Fala de superação, persistência, determinação. As cenas de dança e a trilha sonora são bonitas, valem a sua paciência.

Tiê - Se enamora

Tenho gostado dessa artista! :-) O disco "A Coruja e o Coração" é bacana... Olha a versão dela para a música do Calcinha Preta, "Você não vale nada, mas eu gosto de você": E vejam como a música "Se enamora" - do Balão Mágico, lembra? - ficou uma graça na voz dela, em parceria com Filipe Catto: É... o poder de regeneração da Arte sempre me surpreende!

Feito pra acabar - Marcelo Jeneci

Quem me diz Da estrada que não cabe onde termina Da luz que cega quando te ilumina Da pergunta que emudece o coração Quantas são As dores e alegrias de uma vida Jogadas na explosão de tantas vidas Vezes tudo que não cabe no querer Vai saber Se olhando bem no rosto do impossível O véu, o vento o alvo invisível Se desvenda o que nos une ainda assim A gente é feito pra acabar Ah Aah A gente é feito pra dizer Que sim A gente é feito pra caber No mar E isso nunca vai ter fim Marcelo Jeneci

2012, finalmente! O tempo, Mário Quintana

O mês de janeiro já está indo... um novo ano se inicia, com ele os mesmos sentimentos de ansiedade em dias melhores, promessas e projetos, o desejo de que tenhamos mais encontros que desencontros, mais alegrias que perdas. É fantástico termos - ano após ano - uma nova oportunidade de nos reinventarmos, de acertarmos nossas contas internas, nos equilibrarmos na dança da Vida. Claro que nem sempre - eu diria que quase nunca - o dia a dia nos traz o que almejamos e, no "balanço das horas", somos instados a prosseguir com  aquilo que conseguimos. Fazer o quê? Aceitar. Acolher. Encarar - se tiver coragem, de frente! -, e, sobretudo, sempre, ACREDITAR...   O Tempo A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa. Quando se vê, já são seis horas! Quando de vê, já é sexta-feira! Quando se vê, já é Natal... Quando se vê, já terminou o ano... Quando se vê não sabemos mais por onde andam nossos amigos... Quando se vê perdemos o amor da nossa vida. Quando se vê passaram