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As Testemunhas, Elles e Para Poucos


Cinema é sempre bom, até mesmo quando não é tão bom... :-) na minha opinião, foi o caso do filme francês "As Testemunhas", no original Les Témoins, direção de André Téchiné. Década de 80, surgimento da AIDS no mundo, aquela ideia do jovem cheio de vida que é "punido", de certa forma, por meio da doença. Não surpreende. Por outro lado, traz uma mãe escritora - Emmanuelle Béart - recém parida, que tem um casamento com regras de fidelidade menos convencionais e uma relação com a maternidade também não usual, pelo menos não comumente admitida.


Vi também "Elles", co-produção da Alemanha, França e Polônia, direção da polonesa Malgorzata Szumowska, com a diva Juliette Binoche no papel principal. Bem, sou fã, logo suspeita... ;-), mas ela está maravilhosa atuando como Anne, jornalista/mãe/esposa/mulher. Para escrever uma matéria para a revista Elle, Anne se aproxima de duas meninas estudantes universitárias - Anaïs Demoustier e Joana Kulig -, buscando conhecer a realidade das estudantes francesas que se prostituem. O filme é bem interessante por imiscuir os mundos da "família tradicional" e o marginal da prostituição, nos provocando sobre suas fronteiras.


Por fim, fechando o final de semana com chave de ouro, vi o também interessante filme francês "Para Poucos", Happy Few, no original. Direção de Antony Cordier. 2 casais que se atraem mutuamente e, de forma aberta, decidem viver isso. Como questiona a personagem de Marina Foïs, Rachel, é possível amar duas pessoas ao mesmo tempo? A troca de casais é bacana por ultrapassar o sexo. Há amizade, há envolvimento. Será que uma relação a 4 se banca? Assista o filme. :-)

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