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Mostrando postagens de janeiro, 2013

"Detachment" e "Ferrugem e Osso"

Vi bons filmes esses dias e quero recomendá-los! ;-) O americano Detachment , cujo nome em português – O Substituto – não faz jus à complexidade do filme. Detachment pode significar “the state of not being influenced by emotion or prejudice”, ou seja, “Desapego” ou “Imparcialidade”? A partir do olhar de um professor substituto em uma escola americana, a temática da indiferença é trazida e perpassa todas as relações. Não se trata de um filme sobre professores e alunos somente, mas sobre seres humanos e suas dificuldades (intra) interpessoais. A direção é de Tony Kaye, o mesmo de “A Outra História Americana” e o protagonista é Adrien Brody (d’ O Pianista) e ainda temos a oportunidade de ver Lucy Liu em um contexto inesperado, preste atenção na cena em que sua personagem, uma psicóloga, se descontrola ao conversar com uma aluna. “E eu nunca me senti tão imerso em uma pessoa ao mesmo tempo em que estou tão desapegado de mim mesmo e tão presente no mundo” Albert Camus

Grande Sertão: Veredas

Fiz Letras. Há (auto)"exigências" para quem se propõe a conhecer o mundo da linguagem... E uma dessas obrigações era conhecer João Guimarães Rosa - o mágico das palavras. Aluguei (sim, quando iniciei a graduação, descobri uma locadora de livros - um paraíso - se alugasse 3 livros por vez tinha desconto!) "Grande Sertão: Veredas", iniciei a leitura, dura, truncada, língua estrangeira. Abandonei. O tempo passou. A vida passou em mim. Anos depois, já formada, uma amiga trouxe Guimarães Rosa para minha vida novamente. E tanto falou e se emocionou que eu encantada/envergonhada cedi e pedi o livro emprestado. Qual o quê! "O senhor ache e não ache. Tudo é e não é ..." Aquilo vai entrando em você, é igual ler em uma língua estrangeira, no início há distância, mas aí somos absorvidos e o outro vira um. "Eu careço de que o bom seja bom e o rúim ruím, que dum lado esteja o preto e do outro o branco, que o feio fique bem apartado do bonito e a alegria

"E se vivêssemos todos juntos?" e "Amour", sobre o envelhecer, amizade e amor.

No último final de semana do ano, período já marcado por reflexões e revisões de percurso, vi dois filmes incômodos sobre o envelhecer... “E se vivêssemos todos juntos” , no original “ Et si on vivait tous ensemble ?”, co-produção França e Alemanha, roteiro e direção de Stéphane Robelin, e Amour , roteiro e direção do austríaco Michael Haneke, o mesmo de “A Fita Branca”, vencedor do Festival de Cannes 2012, com Emmanuelle Riva e Jean-Louis Trintignant.  Trailler legendado de "E se vivêssemos todos juntos" Os dias passaram e não consegui não escrever sobre o assunto... o filme de Robelin traz um grupo de amigos que resolvem morar na mesma casa, de modo que possam apoiar-se mutuamente em seu processo de envelhecimento – aborda a fragilidade, a dependência, as limitações, o adoecer -, no entanto, é mais suave, aponta sem ferir. Trailer legendado de Amour Já Amour é “baço.com”, silencioso, ritmo lento, 123 minutos de duração em que não se consegue