Fiz Letras. Há (auto)"exigências" para quem se propõe a conhecer o mundo da linguagem... E uma dessas obrigações era conhecer João Guimarães Rosa - o mágico das palavras. Aluguei (sim, quando iniciei a graduação, descobri uma locadora de livros - um paraíso - se alugasse 3 livros por vez tinha desconto!) "Grande Sertão: Veredas", iniciei a leitura, dura, truncada, língua estrangeira. Abandonei. O tempo passou. A vida passou em mim. Anos depois, já formada, uma amiga trouxe Guimarães Rosa para minha vida novamente. E tanto falou e se emocionou que eu encantada/envergonhada cedi e pedi o livro emprestado. Qual o quê! "O senhor ache e não ache. Tudo é e não é..."
Aquilo vai entrando em você, é igual ler em uma língua estrangeira, no início há distância, mas aí somos absorvidos e o outro vira um. "Eu careço de que o bom seja bom e o rúim ruím, que dum lado esteja o
preto e do outro o branco, que o feio fique bem apartado do bonito e a
alegria longe da tristeza! (...) Este mundo é muito misturado...".
E quando percebemos, estamos do avesso... "A vida da gente vai em erros, como um relato sem pés nem cabeça, por
falta de sisudez e alegria. Vida devia de ser como sala do teatro, cada
um inteiro fazendo com forte gosto seu papel, desempenho."
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