Você já reparou que os alimentos ingeridos impactam nosso corpo de maneiras distintas? Que há comidas que "caem bem" e outras nem tanto? É até meio óbvio isso. Da mesma forma, acredita-se que o que consumimos através dos outros sentidos, não apenas o paladar, tem o poder de nos impactar positiva ou negativamente. O tipo de música que ouvimos, os cheiros que nos rodeiam - Maria Bethânia tem um documentário chamado "Música é Perfume" e ela comenta como esses dois elementos são poderosos e conseguem nos afetar instantaneamente! -, os programas que assistimos (quem não já ficou com medo de dormir depois de assistir um filme de terror?rs) e o contato das superfícies com a nossa pele... algo áspero desperta sensações diferentes de uma seda ou um veludo, concordam?
Quando estamos nos sentindo com medo e apreensivos, assistir filmes que falam de amor e cuidado e bondade e gentileza aquece nosso coração. Experimente. Estamos vivendo um mundo "covidiano" - isolados em casa - e pode acontecer de nos sentirmos desesperançados. Filmes que nos despertem a fé na humanidade podem nos ajudar a transmutar esse sentimento. :-) Na Netflix, há várias opções boas. Vou falar de 3 filmes bonitos que deixaram meu coração morninho. Quem sabe eles também te façam bem.
Farol das Orcas (El Faro de las orcas) - o filme é co-produção da Argentina com a Espanha, direção de Gerardo Olivares. O resumo do Netflix é simples e bom: "Uma mãe vai à Patagônia com o filho autista, esperando que um guarda e as orcas o ajudem a encontrar suas emoções.". A história é baseada em fatos reais. O guardafauna Roberto Bubas escreveu um livro chamado "Agústin coração aberto", narrando sua experiência com o menino autista e com as orcas. Paisagens lindas, empatia e respeito pela Natureza. Nesse vídeo alguns detalhes sobre a filmagem e as dificuldades encontradas: https://www.youtube.com/watch?v=4YYnV19q0Bs
Dezessete - "Diecisiete" é um filme espanhol com direção de Daniel Sánchez Arévalo. Hector, um rapaz de 15 anos, faz pequenas contravenções com a finalidade de ajudar sua avó - já idosa e que vive internada em uma clínica - e acaba sendo preso e colocado numa espécie de reformatório para que reflita sobre o certo e o errado. Daí desenrola a história, cujo enfoque não é a relação entre Hector e o cachorro - que é linda! -, mas o relacionamento familiar. Dois irmãos que estão distantes, redescobrem-se, e aí está a magia desse filme. Amor e cuidado. Assista o trailer e se encante: https://www.youtube.com/watch?v=oviVjfRdLLU
Viver duas vezes - "Vivir dos veces" é também espanhol, dirigido por María Ripoll. A Netflix fez um vídeo interessante sobre o filme - https://www.youtube.com/watch?v=D3glkOwtsxA&t=93s . Conta a história de um professor de matemática que é acometido pelo Alzheimer e a convivência dele com a doença e de sua família. É sobre relações familiares, prioridades, escolhas de vida. Eu tenho medo do Alzheimer, de esquecer quem sou, o que vivi... esse filme me fez refletir sobre se alguma doença teria esse poder, de nos fazer esquecer o essencial, a tessitura amorosa da vida. E fica a semente de esperança: a cabeça pode até esquecer detalhes, mas a nossa alma certamente recordará...
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