Essa é uma história aparentemente comum envolvendo pessoas simples de um vilarejo na Polônia. Até que assassinatos começam a acontecer e a senhora Dusheiko, Dísio, Esquisito, Boas Novas e outras personagens se envolvem nas investigações. Como pano de fundo, a autora reflete sobre a relação do homem com a Natureza, especialmente os animais, e também as inter-relações, o sentido da própria vida.
"Longos anos de infelicidade degradam um homem mais do que uma doença letal."
"Realmente eram pessoas que viviam num poço - caíram nele e há muito tempo e agora ajeitavam a vida em seu fundo, pensando que o poço era o mundo inteiro."
" - Sabe, às vezes tenho a impressão de que vivemos num mundo que nós mesmos projetamos. Determinamos o que é bom e o que é ruim, desenhamos mapas de significados... E depois, durante a vida inteira, lutamos contra aquilo que concebemos. O problema é que cada um tem a sua própria versão, por isso é tão difícil as pessoas chegarem a um acordo."
Através da astrologia e dos versos de William Blake, a senhora Dusheiko nos convida a repensar a caça, a morte dos animais, a nossa apatia em relação às injustiças, a nossa desconectação com a Natureza como um sintoma, talvez, da nossa própria desagregação com a nossa essência humana e a perda da noção de que somos parte do Universo.
"Os animais mostram a verdade sobre um país - eu disse. - A atitude em relação aos animais. Se as pessoas tratarem os animais com crueldade, não adiantará de nada a democracia ou qualquer outra coisa."
"O ato de matar se tornou impune. E por ser impune, ninguém o percebe mais. E já que ninguém percebe, não existe."
"As pessoas em nosso país não possuíam absolutamente nenhuma capacidade de se associar ou constituir uma comunidade, mesmo sob o estandarte de um cogumelo. É um país de individualistas neuróticos que, no meio de outras pessoas, começam a instruir, criticar, ofender e demonstrar sua indubitável superioridade."
Fica a inspiração para que atuemos na construção de um mundo mais sensível, mais fraterno, onde o ser humano não se coloca como predador dos outros seres vivos e do próprio homem.
"Tudo o que podemos imaginar constitui algum tipo de verdade", citação de William Blake
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