"A ridícula ideia de nunca mais te ver" é sobre o luto, o da autora Rosa Montero, por seu marido que morreu de um câncer; e o da cientista polonesa Marie Curie - contado a partir dos diários da própria Marie - pela morte súbita de seu companheiro, o também cientista Pierre Curie.
"Mas você não se recupera nunca, esse é o erro, a gente não se recupera: se reinventa."
Rosa Montero vai costurando a narrativa sobre a vida dessa cientista brilhante, ao tempo em que reflete sobre a dor da perda, a morte, o luto, o poder redentor da arte. Eu gostei muito, é íntimo e histórico, por vezes a autora se desnuda, mas sem perder de vista a história de vida de madame Curie.
"Assim eu soube o que era a dor psíquica, que é devastadora por ser inefável. Já diz a sabedoria popular: Fulaninho enlouqueceu de amargura. A tristeza aguda é uma alienação. Você se cala e se fecha."
Marie Curie era polonesa, naturalizada francesa. Foi a 1a mulher a ganhar um prêmio Nobel (1903, em física) e dos poucos pesquisadores da história a ganhar dois prêmios Nobel por mérito de pesquisa, o outro foi em 1911, em química. Ela descobriu o polônio e o rádio. A radioatividade foi a sua vida e também o motivo da sua morte.
"Todos precisamos da beleza para que a vida nos seja suportável. Fernando Pessoa expressou isso muito bem: 'A literatura, como toda a arte, é uma confissão de que a vida não basta'. Não, não basta. Por isso estou escrevendo este livro. Por isso você o está lendo".
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