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A Pele que Habito



 A Pele que Habito, no original La Piel que Habito, é o novo filme de Pedro Almodóvar, baseado no romance francês Mygale (Tarantula, na versão inglesa) de Thierry Jonquet, escrito em 1984, ainda sem tradução para o português. O filme é fantástico! Por quê? É difícil contar, você precisa assistir e ter suas próprias sensações e impressões. ;-)

A trama envolve o Dr. Ledgard, cirurgião plástico, personagem de Antonio Banderas, figura angustiada, cujo relacionamento com as mulheres é um tanto conturbado; Vera, interpretada pela atriz Elena Anaya, a paciente misteriosa; e a clássica Marisa Paredes, no papel da governanta que tudo sabe.  A estória é muito bem amarrada, te prende do início ao fim, não deixa fio solto, cada detalhe tem uma razão de ser e está cuidadosamente disposto. Fique atent@!

 
A estética do filme é algo à parte. Preste atenção no enquadramento das cenas e na maneira incrível como ele dispõe dos objetos, usando ora as cores primárias – azul, vermelho e amarelo -, ora as reunindo com suas cores complementares, criando, assim, efeitos no espectador. A cena em que Dr. Ledgard faz a barba de um personagem com creme de barbear verde e limpa a navalha em uma toalha vermelha, além de lembrar um artista com sua paleta, nos faz pensar no porquê do uso das complementares nesse momento... Não posso falar, senão vou contar o filme! Aliás, não leia nada antes de ver a película. Isso mesmo, vá “de cara”.rs

 
A estória fala de paixão, violência, vingança, assassinato, do primitivo e do Belo que há dentro de cada um de nós. O que é a pele que eu habito? Até que ponto ela me define? Não é resposta de marcar, sim ou não, isso ou aquilo. La piel que habito é poesia e mistério. Veja com seus próprios olhos, coração e mente.

Trailer com legenda em português: http://www.youtube.com/watch?v=HCdt4M0hkQQ

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